Escrito por: Rogéria Araujo*
Eles atuam nas escolas, em casa, nas associações de bairro, nas ruas. São educadores, estudantes, policiais, donas de casa, e estão preocupados em promover a cultura da paz, acabando ou amenizando conflitos que possam gerar violência. Eles são os 500 agentes da paz, formados pelo programa Gente que Faz a Paz, da organização não-governamental Viva Rio, que vem atuando, em Brasília, e nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Rondônia.
Existindo a partir das demandas da Cultura de Paz, o programa aposta no envolvimento das pessoas com o compromisso de diminuir o grau de violência em suas comunidades. Para isso, realiza cursos de formação, que incluem em seus conteúdos tópicos como a arte da vida em paz, a paz consigo, a paz com o outro, com o meio ambiente, entre outros. Além disso, recebem o kit da paz, com CDs, manuais, livros e cartilhas.
"A gente fornece métodos, conhecimento e sensibiliza. É uma capacitação que toca o coração das pessoas, porque ela, a pessoa, tem que se transformar primeiro para poder transformar o outro. Por isso que o programa é todo vivencial", explica Virgína Garcez, coordenadora do projeto.
Segundo ela, os agentes estão sempre em ação, atuando onde possam fazer alguma mediação, na base do diálogo. Em geral, eles estão dentro das comunidades, onde os maiores conflitos são entre pessoas. Na hora em que acontece o conflito, ele vai ter que mediar esse conflito. "O Viva Rio tem um projeto chamado Balcão de Direitos onde é feita a mediação até entre vizinhos. Os agentes fazem esse trabalho", complementa.
O programa acaba de ser implementado em Rondônia, um Estado com alto índice de violência. De acordo com Virgínia, lá o Gente que Faz a Paz está sendo aplicado até em crianças. Essa preocupação com o público infantil não é à toa.
De fato, como relata a coordenadora, muitas crianças passam o dia sendo assistidas por programas sociais e, quando chegam à noite em casa, encontram os pais brigando, o pai embriagado, ou seja, um cenário propício para o conflito. "A partir do momento em que se instala algum processo de pré-violência, ela pode ser um agente pacificador dentro da sua família".
Para Virgínia, os resultados não serão sentidos de imediato, mas o processo será melhor, conforme aumentar o envolvimento dos setores. "A gente só vai mudar esse quadro de violência quando os três setores estiverem integrados. O primeiro setor, o governo, precisa ter vontade política para isso; o segundo setor, o mercado, vai contribuir através da responsabilidade social e investir em projetos de cultura de paz; e o terceiro setor - as ONGs que operacionalizam - são essenciais, pois estão dentro das comunidades".
Enquanto isto não acontece, a proposta é investir nos agentes da paz. Em cinco anos, o programa quer fazer 10 mil agentes em todo o Brasil, uma média de 2.000 por ano. "Se tiver investidor em todo o Brasil, nós vamos nos 27 estados brasileiros", enfatiza.
*Jornalista da Adital
Eles atuam nas escolas, em casa, nas associações de bairro, nas ruas. São educadores, estudantes, policiais, donas de casa, e estão preocupados em promover a cultura da paz, acabando ou amenizando conflitos que possam gerar violência. Eles são os 500 agentes da paz, formados pelo programa Gente que Faz a Paz, da organização não-governamental Viva Rio, que vem atuando, em Brasília, e nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Rondônia.
Existindo a partir das demandas da Cultura de Paz, o programa aposta no envolvimento das pessoas com o compromisso de diminuir o grau de violência em suas comunidades. Para isso, realiza cursos de formação, que incluem em seus conteúdos tópicos como a arte da vida em paz, a paz consigo, a paz com o outro, com o meio ambiente, entre outros. Além disso, recebem o kit da paz, com CDs, manuais, livros e cartilhas.
"A gente fornece métodos, conhecimento e sensibiliza. É uma capacitação que toca o coração das pessoas, porque ela, a pessoa, tem que se transformar primeiro para poder transformar o outro. Por isso que o programa é todo vivencial", explica Virgína Garcez, coordenadora do projeto.
Segundo ela, os agentes estão sempre em ação, atuando onde possam fazer alguma mediação, na base do diálogo. Em geral, eles estão dentro das comunidades, onde os maiores conflitos são entre pessoas. Na hora em que acontece o conflito, ele vai ter que mediar esse conflito. "O Viva Rio tem um projeto chamado Balcão de Direitos onde é feita a mediação até entre vizinhos. Os agentes fazem esse trabalho", complementa.
O programa acaba de ser implementado em Rondônia, um Estado com alto índice de violência. De acordo com Virgínia, lá o Gente que Faz a Paz está sendo aplicado até em crianças. Essa preocupação com o público infantil não é à toa.
De fato, como relata a coordenadora, muitas crianças passam o dia sendo assistidas por programas sociais e, quando chegam à noite em casa, encontram os pais brigando, o pai embriagado, ou seja, um cenário propício para o conflito. "A partir do momento em que se instala algum processo de pré-violência, ela pode ser um agente pacificador dentro da sua família".
Para Virgínia, os resultados não serão sentidos de imediato, mas o processo será melhor, conforme aumentar o envolvimento dos setores. "A gente só vai mudar esse quadro de violência quando os três setores estiverem integrados. O primeiro setor, o governo, precisa ter vontade política para isso; o segundo setor, o mercado, vai contribuir através da responsabilidade social e investir em projetos de cultura de paz; e o terceiro setor - as ONGs que operacionalizam - são essenciais, pois estão dentro das comunidades".
Enquanto isto não acontece, a proposta é investir nos agentes da paz. Em cinco anos, o programa quer fazer 10 mil agentes em todo o Brasil, uma média de 2.000 por ano. "Se tiver investidor em todo o Brasil, nós vamos nos 27 estados brasileiros", enfatiza.
*Jornalista da Adital
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Fonte: Adital – Brasil
Fonte: Adital – Brasil
Imagem: René Magritte - A Grande Família (1963)
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