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7.3.07

Avó defende em juízo neto que a agrediu

Um caso passível de mediação penal, talvez?

Fonte: Notícias do IBDFAM

"Ele é um menino bom. Ficou agressivo assim depois que, por conta das amizades, começou a usar drogas". Esta foi a definição dada pela viúva Ana Fernandes da Silva, 80 anos, ao falar nesta semana à juíza Zilmene Gomide da Silva Manzolli, da 2ª Vara Criminal de Goiânia, sobre seu neto, que responde a ação penal por tentativa de homicídio praticado contra ela.

De acordo com o Ministério Público (MP), o fato ocorreu em 23 de julho do ano passado, por volta das 8h30, na residência onde ambos moravam. Naquela manhã, o acusado, lavador de carros Helligleison Fernandes Nogueira, acordou e foi esquentar o café, momento em que a avó chamou sua atenção, dizendo que a bebida já estava quente. Irritado, o rapaz passou a xingá-la e a agredi-la com socos em seu rosto e, depois de jogá-la no chão, desferiu-lhe vários chutes, quebrando sua costela e impossiblitando sua defesa. Ao ouvir o barulho, um irmão de Helligleison, o técnico de informática Marcos Antônio de Paula Filho, que também mora na mesma casa, correu para socorrer a avó, que havia desmaiado. Em seguida, Marcos entrou em luta corporal com Helligleison, dando-lhe vários murros, o que fez com que o acusado saísse do local. Encaminhada ao hospital, Ana recebeu pronto-atendimento e sobreviveu aos ferimentos.

No dia seguinte, quando policiais militares tentavam cumprir mandado de prisão em seu desfavor, Helligleison tentou fugir, subindo nos telhados da casa e, posteriormente, atirando pedras, atingido um dos policiais e danificando a viatura. Também ouvido pela juíza, Marcos Antônio disse que é a segunda vez que o irmão agride a avó. "Desta vez foi pior", admitiu, dizendo acreditar que o irmão tem problemas mentais em decorrência do uso de drogas.

Laudo da Junta Médica Oficial do Poder Judiciário concluiu, após exame feito em Helligleison a pedido da defesa, que ele de fato tem problemas, mas sabia da caráter ilícito de sua conduta (ao bater na avó), embora tivesse comprometida sua capacidade de se auto-determinar conforme esse entendimento. Ao ser interrogado em juízo, o lavador de carros reconheceu ser o autor das agressões contra a avó mas negou que quisesse matá-la. Segundo ele, Ana costuma chamar-lhe de "peste".

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